segunda-feira, 14 de abril de 2025

Questões de Filosofia - Enem 2017

Enem 2017 - Questão 46 (caderno amarelo)

Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (adaptado).


Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que


A) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.

B) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.

C) a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.

D) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.

E) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.



Enem 2017 - Questão 47 (caderno amarelo)

O comércio soube extrair um bom proveito da interatividade própria do meio tecnológico. A possibilidade de se obter um alto desenho do perfil de interesse do usuário, que deverá levar às últimas consequências o princípio da oferta como isca para o desejo consumista, foi o principal deles.

SANTAELLA, L. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003 (adaptado).


Do ponto de vista comercial, o avanço das novas tecnologias, indicado no texto, está associado à


A) atuação dos consumidores como fiscalizadores da produção.

B) exigência de consumidores conscientes de seus direitos.

C) relação direta entre fabricantes e consumidores.

D) individualização das mensagens publicitárias.

E) manutenção das preferências de consumo.



Enem 2017 - Questão 53 (caderno amarelo)

Uma sociedade é uma associação mais ou menos autossuficiente de pessoas que em suas relações mútuas reconhecem certas regras de conduta como obrigatórias e que, na maioria das vezes, agem de acordo com elas. Uma sociedade é bem ordenada não apenas quando está planejada para promover o bem de seus membros, mas quando é também efetivamente regulada por uma concepção pública de justiça. Isto é, trata-se de uma sociedade na qual todos aceitam, e sabem que os outros aceitam, o mesmo princípio de justiça.

RAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997 (adaptado).


A visão expressa nesse texto do século XX remete a qual aspecto do pensamento moderno?


A) A relação entre liberdade e autonomia do Liberalismo.

B) A independência entre poder e moral do Racionalismo.

C) A convenção entre cidadãos e soberano do Absolutismo.

D) A dialética entre indivíduo e governo autocrata do Idealismo.

E) A contraposição entre bondade e condição selvagem do Naturalismo.



Enem 2017 - Questão 54 (caderno amarelo)

A representação de Demócrito é semelhante à de Anaxágoras, na medida em que um infinitamente múltiplo é a origem; mas nele a determinação dos princípios fundamentais aparece de maneira tal que contém aquilo que para o que foi formado não é, absolutamente, o aspecto simples para si. Por exemplo, partículas de carne e de ouro seriam princípios que, através de sua concentração, formam aquilo que aparece como figura.

HEGEL, G. W. F. Crítica moderna. In: SOUZA, J. C. (Org.). Os pré-socráticos: vida e obra. São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado).


O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio constitutivo das coisas” estava representado pelo(a)


A) número, que fundamenta a criação dos deuses.

B) devir, que simboliza o constante movimento dos objetos.

C) água, que expressa a causa material da origem do universo.

D) imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal.

E) átomo, que explica o surgimento dos entes



Enem 2017 - Questão 55 (caderno amarelo)

Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem. É sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta imprimir sua orientação.

BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.


O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na


A) contemplação da tradição mítica.

B) sustentação do método dialético.

C) relativização do saber verdadeiro.

D) valorização da argumentação retórica.

E) investigação dos fundamentos da natureza.



Enem 2017 - Questão 67 (caderno amarelo)

O conceito de democracia, no pensamento de Habermas, é construído a partir de uma dimensão procedimental, calcada no discurso e na deliberação. A legitimidade democrática exige que o processo de tomada de decisões políticas ocorra a partir de uma ampla discussão pública, para somente então decidir. Assim, o caráter deliberativo corresponde a um processo coletivo de ponderação e análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão.

VITALE, D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia deliberativa. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado).


O conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a)


A) participação direta periódica do cidadão.

B) debate livre e racional entre cidadãos e Estado.

C) interlocução entre os poderes governamentais.

D) eleição de lideranças políticas com mandatos temporários.

E) controle do poder político por cidadãos mais esclarecidos. 



Enem 2017 - Questão 68 (caderno amarelo)

Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá.

KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.


De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” representada no texto


A) assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre discussão participativa.

B) garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.

C) opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.

D) materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os meios.

E) permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas.



Enem 2017 - Questão 79 (caderno amarelo)

Muitos países se caracterizam por terem populações multiétnicas. Com frequência, evoluíram desse modo ao longo de séculos. Outras sociedades se tornaram multiétnicas mais rapidamente, como resultado de políticas incentivando a migração, ou por conta de legados coloniais e imperiais.

GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado).


Do ponto de vista do funcionamento das democracias contemporâneas, o modelo de sociedade descrito demanda, simultaneamente,


A) defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo.

B) universalização de direitos e respeito à diversidade.

C) segregação do território e estímulo ao autogoverno.

D) políticas de compensação e homogeneização do idioma.

E) padronização da cultura e repressão aos particularismos.



Enem 2017 - Questão 88 (caderno amarelo)

A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a Deus, muito menos de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta promoveria a maior quantidade de felicidade para todos aqueles que serão afetados.

RACHELS, J. Os elementos da filosofia moral. Barueri-SP: Manole, 2006.


Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade com uma


A) fundamentação científica de viés positivista.

B) convenção social de orientação normativa.

C) transgressão comportamental religiosa.

D) racionalidade de caráter pragmático.

E) inclinação de natureza passional.



Enem 2017 - Questão 89 (caderno amarelo)

Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII — em 1789, precisamente — que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o Iluminismo.

FORTES, L. R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado).


Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem como uma de suas bases a


A) modernização da educação escolar.

B) atualização da disciplina moral cristã.

C) divulgação de costumes aristocráticos.

D) socialização do conhecimento científico.

E) universalização do princípio da igualdade civil.



GABARITO:

46 - C
47 - D
53 - A
54 - E
55 - B
67 - B

68 - C
79 - B
88 - D
89 - E

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Questões de Filosofia - Enem 2018

Enem 2018 - Questão 47 (caderno amarelo)

O século XVIII é, por diversas razões, um século diferenciado. Razão e experimentação se aliavam no que se acreditava ser o verdadeiro caminho para o estabelecimento do conhecimento científico, por tanto tempo almejado. O fato, a análise e a indução passavam a ser parceiros fundamentais da razão. É ainda no século XVIII que o homem começa a tomar consciência de sua situação na história.

ODALIA, N. In: PINSKY, J.; PINSKY, C. B. História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.


No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão filosófica mencionada no texto tinha como uma de suas características a


A) aproximação entre inovação e saberes antigos.

B) conciliação entre revelação e metafísica platônica.

C) vinculação entre escolástica e práticas de pesquisa.

D) separação entre teologia e fundamentalismo religioso.

E) contraposição entre clericalismo e liberdade de pensamento.



Enem 2018 - Questão 52 (caderno amarelo)

A quem não basta pouco, nada basta.

EPICURO. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1985.


Remanescente do período helenístico, a máxima apresentada valoriza a seguinte virtude:


A) Esperança, tida como confiança no porvir.

B) Justiça, interpretada como retidão de caráter.

C) Temperança, marcada pelo domínio da vontade.

D) Coragem, definida como fortitude na dificuldade.

E) Prudência, caracterizada pelo correto uso da razão.



Enem 2018 - Questão 54 (caderno amarelo)

TEXTO I


As fronteiras, ao mesmo tempo que se separam, unem e articulam, por elas passando discursos de legitimação da ordem social tanto quanto do conflito.

CUNHA, L. Terras lusitanas e gentes dos brasis: a nação e o seu retrato literário. Revista Ciências Sociais, n. 2, 2009.


TEXTO II


As últimas barreiras ao livre movimento do dinheiro e das mercadorias e informação que rendem dinheiro andam de mãos dadas com a pressão para cavar novos fossos e erigir novas muralhas que barrem o movimento daqueles que em consequência perdem, física ou espiritualmente, suas raízes. 

BAUMAN, Z. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.


A ressignificação contemporânea da ideia de fronteira compreende a


A) liberação da circulação de pessoas.

B) preponderância dos limites naturais.

C) supressão dos obstáculos aduaneiros.

D) desvalorização da noção de nacionalismo.

E) seletividade dos mecanismos segregadores. 



Enem 2018 - Questão 56 (caderno amarelo)

Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?” 

AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984.


A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s)


A) essência da ética cristã.

B) natureza universal da tradição.

C) certezas inabaláveis da experiência.

D) abrangência da compreensão humana.

E) interpretações da realidade circundante.



Enem 2018 - Questão 59 (caderno amarelo)

A tribo não possui um rei, mas um chefe que não é chefe de Estado. O que significa isso? Simplesmente que o chefe não dispõe de nenhuma autoridade, de nenhum poder de coerção, de nenhum meio de dar uma ordem. O chefe não é um comandante, as pessoas da tribo não têm nenhum dever de obediência. O espaço da chefia não é o lugar do poder. Essencialmente encarregado de eliminar conflitos que podem surgir entre indivíduos, famílias e linhagens, o chefe só dispõe, para restabelecer a ordem e a concórdia, do prestígio que lhe reconhece a sociedade. Mas evidentemente prestígio não significa poder, e os meios que o chefe detém para realizar sua tarefa de pacificador limitam-se ao uso exclusivo da palavra.

CLASTRES, P. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982 (adaptado).


O modelo político das sociedades discutidas no texto contrasta com o do Estado liberal burguês porque se baseia em:


A) Imposição ideológica e normas hierárquicas.

B) Determinação divina e soberania monárquica.

C) Intervenção consensual e autonomia comunitária.

D) Mediação jurídica e regras contratualistas.

E) Gestão coletiva e obrigações tributárias.



Enem 2018 - Questão 60 (caderno amarelo)

O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento.

MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado).


O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por


A) reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético.

B) ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias.

C) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade.

D) conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento.

E) compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais.



Enem 2018 - Questão 66 (caderno amarelo)

Desde que tenhamos compreendido o significado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus existe. Com efeito, essa palavra designa uma coisa de tal ordem que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que existe apenas no pensamento. Donde se segue que o objeto designado pela palavra “Deus”, que existe no pensamento, desde que se entenda essa palavra, também existe na realidade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente.

TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.


O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada por


A) reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.

B) sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.

C) explicar as virtudes teologais pela demonstração.

D) flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados.

E) justificar pragmaticamente crença livre de dogmas. 



Enem 2018 - Questão 67 (caderno amarelo)

TEXTO I


Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.

HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983.


TEXTO II


Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.

ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).


Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma


A) predisposição ao conhecimento.

B) submissão ao transcendente.

C) tradição epistemológica.

D) condição original.

E) vocação política.



Enem 2018 - Questão 74 (caderno amarelo)

No início da década de 1990, dois biólogos importantes, Redford e Robinson, produziram um modelo largamente aceito de “produção sustentável” que previa quantos indivíduos de cada espécie poderiam ser caçados de forma sustentável baseado nas suas taxas de reprodução. Os seringueiros do Alto Juruá tinham um modelo diferente: a quem lhes afirmava que estavam caçando acima do sustentável (dentro do modelo), eles diziam que não, que o nível da caça dependia da existência de áreas de refúgio em que ninguém caçava. Ora, esse acabou sendo o modelo batizado de “fonte-ralo” proposto dez anos após o primeiro por Novaro, Bodmer e o próprio Redford e que suplantou o modelo anterior.

CUNHA, M. C. Revista USP, n. 75, set.-nov. 2007.


No contexto da produção científica, a necessidade de reconstrução desse modelo, conforme exposto no texto, foi determinada pelo confronto com um(a)


A) conclusão operacional obtida por lógica dedutiva.

B) visão de mundo marcada por preconceitos morais.

C) hábito social condicionado pela religiosidade popular.

D) conhecimento empírico apropriado pelo senso comum.

E) padrão de preservação construído por experimentação dirigida.



Enem 2018 - Questão 75 (caderno amarelo)

Um dos teóricos da democracia moderna, Hans Kelsen, considera elemento essencial da democracia real (não da democracia ideal, que não existe em lugar algum) o método da seleção dos líderes, ou seja, a eleição. Exemplar, neste sentido, é a afirmação de um juiz da Corte Suprema dos Estados Unidos, por ocasião de uma eleição de 1902: “A cabine eleitoral é o templo das instituições americanas, onde cada um de nós é um sacerdote, ao qual é confiada a guarda da arca da aliança e cada um oficia do seu próprio altar”.

BOBBIO, N. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 (adaptado).


As metáforas utilizadas no texto referem-se a uma concepção de democracia fundamentada no(a)


A) justificação teísta do direito.

B) rigidez da hierarquia de classe.

C) ênfase formalista na administração.

D) protagonismo do Executivo no poder.

E) centralidade do indivíduo na sociedade. 



Enem 2018 - Questão 79 (caderno amarelo)


Tônico para a saúde da mulher. Disponível em: www.propagandashistoricas.com.br. Acesso em: 28 nov. 2017.


O anúncio publicitário da década de 1940 reforça os seguintes estereótipos atribuídos historicamente a uma suposta natureza feminina:


A) Pudor inato e instinto maternal.

B) Fragilidade física e necessidade de aceitação.

C) Isolamento social e procura de autoconhecimento.

D) Dependência econômica e desejo de ostentação.

E) Mentalidade fútil e conduta hedonista.



Enem 2018 - Questão 85 (caderno amarelo)

A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social acarretou, no modo de definir toda realização humana, uma evidente degradação do ser para o ter. A fase atual, em que a vida social está totalmente tomada pelos resultados da economia, leva a um deslizamento generalizado do ter para o parecer, do qual todo ter efetivo deve extrair seu prestígio imediato e sua função última. Ao mesmo tempo, toda realidade individual tornou-se social, diretamente dependente da força social, moldada por ela.

DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015.


Uma manifestação contemporânea do fenômeno descrito no texto é o(a)


A) valorização dos conhecimentos acumulados.

B) exposição nos meios de comunicação.

C) aprofundamento da vivência espiritual.

D) fortalecimento das relações interpessoais.

E) reconhecimento na esfera artística.


GABARITO:

47 - E
52 - C
54 - E
56 - D
59 - C
60 - D

66 - B
67 - D
74 - D
75 - E
79 - B
85 - B