sexta-feira, 1 de julho de 2011

Filme: O Sétimo Selo

Cena do filme

    A vida tem algum sentido ou significado? Deus, o Diabo, os anjos e os demônios existem? O que há para além desta vida, para além da morte? Questões muito mais do que complexas, muito mais profundas do que a nossa efêmera existência pode almejar. Questões que nos colocam diante do absurdo que é a vida. Poucas pessoas são as que chegam até a profundidade que estas questões proporcionam. Ainda menos numerosas são as obras de arte que nos colocam diante de tais questões. “O Sétimo Selo” de Ingmar Bergman é uma destas escassas obras de arte.
    Nele nós acompanhamos o regresso de um cavaleiro que acaba de retornar das Cruzadas para sua terra natal, e que se depara com a Morte personificada, que deseja levá-lo com ela. Vendo que iria “passar desta para uma melhor”, o cavaleiro decide convidá-la para um jogo de xadrez, a fim de ganhar mais algum tempo vivo. A partir daí, acompanhamos o filme sob dois prismas que terminam por se conjugarem. Pelo lado do cavaleiro, percebemos toda a aflição que alguém pode sentir ao ter suas mais profundas convicções abaladas. Tendo vivenciado as Cruzadas, a peste e tendo agora a Morte à sua espera, o cavaleiro passa a refletir sobre a existência de Deus e o significado da vida. Decide então, dedicar o tempo de vida que ganhou com a partida de xadrez que se desenrola, para tentar fazer ou encontrar algo na vida que seja significativo. Por outro lado, acompanhamos a vida de uma “família” de artistas itinerantes, que vivem sob a opressão da pobreza. Apesar disso, esta família encontra uma felicidade, e por que não, um sentido para a vida, nas coisas simples.
    “O Sétimo Selo” é um filme majestoso por nos colocar diante de algumas das maiores questões da humanidade com uma simplicidade assustadora. É fantástico que por meio de algo tão simplório como um jogo de xadrez nós possamos ver o desenrolar de questões existenciais que estão sempre diante de nós, seres humanos. A obra de Bergman é simplesmente genial. Certamente um dos melhores filmes de todos os tempos, por nos possibilitar examinarmos questões tão vitais por nós mesmos. O filme é filosofia pura! Mas é somente isso que se poderia esperar quando entra em cena a Musa da Filosofia (a Morte). Assistir este filme é altamente recomendável por ele transmitir uma experiência tão forte com a vida. E com a morte.

Henrique Torres


Direção: Ingmar Bergman.
Elenco: Max von Sydow, Gunnar Björnstrand, Nils Poppe, Bibi Andersson, Bengt Ekerot, Gunnel Lindblom, Maud Hansson, Ake Fridell, Inga Gill, Maud Hansson, Inga Landgré, Bertil Anderberg.
Resumo: Após dez anos, um cavaleiro (Max Von Sydow) retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte (Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com a Morte ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.

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