terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sofismas ou Falácias

    Existem diversas maneiras de se convencer alguém. Tais modos de “convencimento”, em uma linguagem mais técnica, são chamados de argumentos, dentre os quais alguns são corretos ou legítimos e outros são incorretos ou ilegítimos. Os meios de convencimento que pertencem à categoria dos incorretos e principalmente ilegítimos fazem a inteligência “titubear”. Tais argumentos têm como raiz etimológica a palavra sfalo (do grego) e fallere (do latim), que dão origem ao termo falácia.
    Sofismas ou falácias são raciocínios que pretendem demonstrar como verdadeiros os argumentos que logicamente são falsos. Sua eficiência consiste em transferir a argumentação do plano lógico para o psicológico ou lingüístico, servindo-se da linguagem, que pode ser usada tanto de um modo expressivo como de modo informativo, visando assim despertar emoções e sentimentos que dão anuência a uma conclusão, mas não convencem logicamente.
    As falácias podem ser reunidas em dois grandes grupos, um linguístico e outro psicológico. Como exemplos do primeiro têm: conclusão irrelevante, petição de princípio, falsa causa, contra o homem, recurso à força e etc... como exemplos do segundo têm: equívoco, anfibologia, ênfase, composição e divisão.

Adaptado de “Aprendendo Lógica”, KELLER, Vicente e BASTOS, Cleverson L.

sábado, 29 de outubro de 2011

Programa da Prova de Filosofia da Uff

ORIENTAÇÃO GERAL

● As questões de múltipla escolha de Filosofia da 1ª Etapa levarão em consideração as relações da Filosofia com a História, as Ciências e as Literaturas de Língua Portuguesa.
● Na 2ª Etapa, serão propostas questões discursivas de Filosofia para que o candidato comente e desenvolva as ideias nelas contidas.
● Leituras indicadas para a 2ª Etapa com endereço pelo portal “Domínio Público” do MEC:
PLATÃO: Fedon (http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000031.pdf)
VOLTAIRE: Cândido, ou o Otimismo (http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000009.pdf)
MACHADO DE ASSIS: O Espelho (http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000240.pdf)

PROGRAMA

1. Filosofia grega
O pensamento de SÓCRATES, dos SOFISTAS, de PLATÃO e de ARISTÓTELES sobre o ser humano, a sociedade e a política; os méritos, imperfeições e contradições do regime democrático na Grécia e seus reflexos no pensamento desses filósofos.

2. Filosofia da Idade-Média
As relações entre a fé e a razão na filosofia medieval.

3. Filosofia do Renascimento
As ideias dos HUMANISTAS; a teoria política de MAQUIAVEL; arte, ciência e técnica em LEONARDO DA VINCI.

4. A Revolução Científica
As principais repercussões das novas teorias científicas na cultura da Idade Moderna; a influência das concepções de COPÉRNICO, KEPLER, GALILEU e NEWTON sobre o universo e sobre o método científico.

5. A questão do conhecimento
As ideias de FRANCIS BACON e de DESCARTES; o EMPIRISMO e o RACIONALISMO.

6. O Iluminismo
As ideias sobre a sociedade, a política, a liberdade e os direitos humanos em LOCKE, VOLTAIRE, ROUSSEAU, MONTESQUIEU e BECCARIA; os ENCICLOPEDISTAS e o papel do conhecimento e da educação na vida social. A influência do Iluminismo em Portugal e no Brasil do período colonial.

7. Concepções sociais e políticas do século XIX
Ideias e principais representantes das correntes de pensamento do século XIX sobre a sociedade e a política: o Conservadorismo (Burke, Maistre), o Liberalismo (Paine, Jefferson, Bentham, Tocqueville, Stuart Mill), o Socialismo (Saint-Simon, Owen, Fourier, Marx, Engels), o Anarquismo (Proudhon, Bakunin), o Pensamento Social da Igreja Católica (as encíclicas Syllabus e Rerum Novarum), o Positivismo e o pensamento social de Augusto Comte. Influência dessas correntes no pensamento social e político brasileiro do século XIX.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Afinal, o que é X, Y e Z?

    A algum tempo os diferentes níveis de gerações estão sendo denominadas por letras mas, afinal o que quer dizer geração x, y e z? Quais as características de cada uma e sua importância no mercado? Em qual você se enquadra? Vamos resumir para que você entenda melhor sobre cada uma delas:
    Geração X: Passaram pelo grande Downsizing corporativo e precisaram procurar segurança no emprego. Filhos dos baby-boomers a geração x é formada por pessoas nascidas de 1970 a 1980. Gostam de trabalhar em equipe, não acreditam em hierarquia e não vêem mistério no computador pois, participaram do surgimento dele.
    Geração Y: Nascidos de 1980 a 1990 são jovens, espertos e ousados. São despojados no escritório ou ouvem iPods em suas mesas. Eles querem trabalhar, mas não querem que o trabalho seja sua vida. Antenados na expansão tecnológica, buscam qualidade de vida e conforto financeiro, estão tomando seu lugar no mercado de trabalho incrivelmente competitivo.
    Geração Z: A grande nuance dessa geração é zapear. Por isso, o Z. Outra característica desta geração é a constante troca que se faz entre os canais de interatividade, zapeando de um a outro, da internet, ao telefone, ao video game, a internet novamente. Para eles o mundo é totalmente tecnológico e virtual pois, nasceram em meio a esse mundo. São menos deslumbrados que os da geração Y com joistick e iPhone’s.



parte 1
 
 
parte 2
 
 
parte 3
 
 
parte 4
 
 
parte 5

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Nicolau Maquiavel



    Nascido em 1469 em Florença numa Itália ainda dividida em diversas repúblicas autônomas, Maquiavel é um intelectual e político. Morre em 1527, deixando-nos como principal obra “O Príncipe”.

A autonomia da Ação Política

    Nem sempre a política caminhou ou caminha sozinha de maneira autônoma. Durante séculos, se é que isso ainda não ocorre, ela foi permeada pela ética religiosa, pelos interesses de certos grupos e até pela própria moral do governante.
    Com base em suas constatações Maquiavel pretende elaborar teoricamente um regime que se liberte das amarras impostas pela moral cristã, pelos interesses individuais ou pela ética do governante. Só assim, segundo ele, se poderia alcançar na Itália, um governo justo, unificado, independente e sobretudo estável.
    A sistematização política de Maquiavel segue as vias realista e utilitária.
    Através de suas análises cuidadosas, consegue colocar a política em uma categoria autônoma, onde se promove o estudo do tema e o desenvolvimento das técnicas do seu modus operandi.

Sobre as vias realista e utilitária de Maquiavel

“Mas, como minha intenção é escrever algo útil para quem estiver interessado, pareceu-me mais apropriado abordar a verdade efetiva das coisas, e não imaginá-las. Muitos já conceberam repúblicas e monarquias jamais vistas, e de cuja existência real nunca se soube”.
Nicolau Maquiavel

    Portanto, a análise de Maquiavel surge como novidade ao se distanciar do idealismo platônico que, ao tentar elaborar um governo perfeito, acaba por desenvolver utopias.

A obra “O Príncipe”

    Está dividido em 26 capítulos. No início ele apresenta os tipos de principado existentes e expõe as características de cada um deles. A partir daí, defende a necessidade do príncipe de basear suas forças em exércitos próprios, não em mercenários e, após tratar do governo propriamente dito e dos motivos por trás da fraqueza dos Estados italianos, conclui a obra fazendo uma exortação a que um novo príncipe conquiste e liberte a Itália.

O Príncipe

    O Príncipe, na obra maquiaveliana, é o principal cidadão do Estado, entendendo assim príncipe como governante.
    Príncipe, hoje, é todo aquele que detém o poder executivo.
    Príncipe é todo aquele que conquistou, de alguma forma, autoridade legítima sobre outros seres humanos.
    Em linhas gerais, Maquiavel propôs foi a formação de um governante que aliasse duas qualidades, segundo ele, fundamentais para o exercício da política: a virtù e a fortuna.
    Virtú - A virtù corresponderia a capacidade do governante de promover alterações significativas, tanto para o desenvolvimento do bem coletivo quanto para a mudança positiva do curso histórico, independente das retaliações que possivelmente o mesmo iria sofrer.
    Fortuna - Fortuna, por sua vez, designa a qualidade do governante em saber aproveitar oportunidades que lhe são oferecidas, ou seja, tendo a sorte de se deparar com ocasião favorável este deve aproveitá-la.

Política X valores da Igreja Católica

    Ainda na esfera política, um conceito combatido por Maquiavel pioneiramente, que mais tarde será ampliado por outros autores, é a própria sobreposição dos valores espirituais em ralação aos políticos.
    Considerando que se trata de um curto período posterior ao feudalismo, é necessária a visão de que os valores da Igreja Católica no imaginário coletivo são anteriores à autoridade do Estado. Portanto, ao combater essa característica ele se torna um dos precursores do conceito de Estado laico.

“Nada é mais necessário do que a aparência da religiosidade. De modo geral, os homens julgam mais com os olhos do que com o tato: todos podem ver, mas poucos são capazes de sentir. Todos veem nossa aparência, poucos sentem o que realmente somos, e esses poucos não ousarão opor-se à maioria que tenha a majestade do Estado a defendê-la. Na conduta dos homens, especialmente dos príncipes, contra a qual não há recurso, os fins justificam os meios. Portanto, se um príncipe pretende conquistar e manter o poder, os meios que empregue serão sempre tidos como honrosos, e elogiados por todos, pois o vulgo atenta sempre para as aparências e os resultados; o mundo se compõe só de pessoas do vulgo e de umas poucas que, não sendo vulgares, ficam sem oportunidade quando a multidão se reúne em torno do soberano.”
Nicolau Maquiavel

Os Contratualistas: Hobbes, Locke e Rousseau


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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nicolau Copérnico

“A sabedoria da natureza é tal que não produz nada de supérfluo ou inútil.”
Nicolau Copérnico

Um pouco de História
    Os filósofos do século XV aceitavam o geocentrismo como fora estruturado por Aristóteles e Ptolomeu. Esse sistema cosmológico afirmava (corretamente) que a Terra era esférica, mas também afirmava (erradamente) que a Terra estaria parada no centro do Universo enquanto os corpos celestes orbitavam em círculos concêntricos ao seu redor.

Vida
    Nicolau Copérnico (1473-1543) foi um astrônomo e matemático polaco que desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Foi também cônego da Igreja Católica, governador e administrador, jurista, astrólogo e médico.
    Sua teoria do Heliocentrismo, que colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então vigente teoria geocêntrica (que considerava, a Terra como o centro), é tida como uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia moderna.

Astrônomo Copernicus: Conversa com Deus, por Jan Matejko.

Teoria
    A teoria do modelo heliocêntrico, a maior teoria de Copérnico, foi publicada em seu livro, De revolutionibus orbium coelestium ("Da revolução de esferas celestes"), durante o ano de sua morte, 1543. Apesar disso, ele já havia desenvolvido sua teoria algumas décadas antes.
    O livro marcou o começo de uma mudança de um universo geocêntrico, ou antropocêntrico, com a Terra em seu centro. Copérnico acreditava que a Terra era apenas mais um planeta que concluía uma órbita em torno de um sol fixo todo ano e que girava em torno de seu eixo todo dia. Ele chegou a essa correta explicação do conhecimento de outros planetas e explicou a origem dos equinócios corretamente, através da vagarosa mudança da posição do eixo rotacional da Terra. Ele também deu uma clara explicação da causa das estações: O eixo de rotação da terra não é perpendicular ao plano de sua órbita.
    O sistema de Copérnico pode ser resumido em algumas proposições, assim como fez o próprio Copérnico a listá-las em uma síntese de sua obra mestra, que foi encontrada e publicada em 1878.

As principais partes da teoria de Copérnico são:
• Os movimentos dos astros são uniformes, eternos, circulares ou uma composição de vários círculos (epiciclos).
• O centro do universo é perto do Sol.
• Perto do Sol, em ordem, estão Mercúrio, Vênus, Terra, Lua, Marte, Júpiter, Saturno, e as estrelas fixas.
• A Terra tem três movimentos: rotação diária, volta anual, e inclinação anual de seu eixo.
• O movimento retrógrado dos planetas é explicado pelo movimento da Terra.
• A distância da Terra ao Sol é pequena se comparada à distância às estrelas.

    O orgulho humano sofreu um duro golpe com o sistema de Copérnico, e mesmo anos após sua morte, durante o processo de condenação a Galileu em 1616, a Igreja colocou a obra de Copérnico na lista dos escritos proibidos, condição a qual permaneceu até o ano de 1835, ainda que cento e cinqüenta anos antes já tivesse sido reconhecida como verdadeira.
    Pelos dogmas religiosos da época, se Deus havia criado a Terra e o Homem para povoá-la, sendo a criatura imagem do Criador, seríamos portanto superior as demais criaturas. O Universo existia apenas para que o contemplássemos. O Filho de Deus estava no centro do cosmos, no centro de todas as coisas.
    A obra de Copérnico foi o alicerce no qual se apoiaram outros grandes pensadores da humanidade, como Galileu, Kepler, Newton e mais recentemente Albert Einstein.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Filme: O Sétimo Selo

Cena do filme

    A vida tem algum sentido ou significado? Deus, o Diabo, os anjos e os demônios existem? O que há para além desta vida, para além da morte? Questões muito mais do que complexas, muito mais profundas do que a nossa efêmera existência pode almejar. Questões que nos colocam diante do absurdo que é a vida. Poucas pessoas são as que chegam até a profundidade que estas questões proporcionam. Ainda menos numerosas são as obras de arte que nos colocam diante de tais questões. “O Sétimo Selo” de Ingmar Bergman é uma destas escassas obras de arte.
    Nele nós acompanhamos o regresso de um cavaleiro que acaba de retornar das Cruzadas para sua terra natal, e que se depara com a Morte personificada, que deseja levá-lo com ela. Vendo que iria “passar desta para uma melhor”, o cavaleiro decide convidá-la para um jogo de xadrez, a fim de ganhar mais algum tempo vivo. A partir daí, acompanhamos o filme sob dois prismas que terminam por se conjugarem. Pelo lado do cavaleiro, percebemos toda a aflição que alguém pode sentir ao ter suas mais profundas convicções abaladas. Tendo vivenciado as Cruzadas, a peste e tendo agora a Morte à sua espera, o cavaleiro passa a refletir sobre a existência de Deus e o significado da vida. Decide então, dedicar o tempo de vida que ganhou com a partida de xadrez que se desenrola, para tentar fazer ou encontrar algo na vida que seja significativo. Por outro lado, acompanhamos a vida de uma “família” de artistas itinerantes, que vivem sob a opressão da pobreza. Apesar disso, esta família encontra uma felicidade, e por que não, um sentido para a vida, nas coisas simples.
    “O Sétimo Selo” é um filme majestoso por nos colocar diante de algumas das maiores questões da humanidade com uma simplicidade assustadora. É fantástico que por meio de algo tão simplório como um jogo de xadrez nós possamos ver o desenrolar de questões existenciais que estão sempre diante de nós, seres humanos. A obra de Bergman é simplesmente genial. Certamente um dos melhores filmes de todos os tempos, por nos possibilitar examinarmos questões tão vitais por nós mesmos. O filme é filosofia pura! Mas é somente isso que se poderia esperar quando entra em cena a Musa da Filosofia (a Morte). Assistir este filme é altamente recomendável por ele transmitir uma experiência tão forte com a vida. E com a morte.

Henrique Torres


Direção: Ingmar Bergman.
Elenco: Max von Sydow, Gunnar Björnstrand, Nils Poppe, Bibi Andersson, Bengt Ekerot, Gunnel Lindblom, Maud Hansson, Ake Fridell, Inga Gill, Maud Hansson, Inga Landgré, Bertil Anderberg.
Resumo: Após dez anos, um cavaleiro (Max Von Sydow) retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte (Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com a Morte ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Jogo Filosófico

    Super interessante (literalmente Superinteressante) a capacidade humana de ser criativo.
    Quão importante é a criatividade no que tange a forma de transmitir / partilhar qualquer tipo de conehcimento. Muitas coisas já foram produzidas com o intuito de alcançar este objetivo. E é justamente a criatividade que me move hoje a escrever este post.
    É sabido que a tarefa de transmitir / partilhar conhecimento é árdua e a cada dia que passa é mais exigente. A expressão que hoje está em voga e que é imperativo de um discipulado que cada vez mais exige que esse transmitir / partilhar seja atraente é: Isso é chato! Diante desta constatação, o que resta àquele que exerce a função de transmitir / partilhar é a tentativa de ser cada vez mais criativo para alcançar o seu objetivo e assim atender a esse discipulado tão exigente.
    Quero então apresentar aqui uma dessas tentativas que, realmente, é muito criativa.
    Quando se fala em transmitir / partilhar conhecimentos filosóficos, logo vem aquela expressão que a pouco mencionamos: "Isso é chato!" No entanto, no que se refere à filosofia, muitas coisas já foram criadas como meio facilitador para essa transmissão / partilha de conhecimentos. Já foram criados vídeos, músicas, histórias em quadrinhos, romance, filmes etc. Contudo, como a capacidade humana de ser criativo não se esgota e vendo e lendo algumas atualizações de postagens de alguns blogs que sigo, uma das postagens que achei Superinteressante foi a do "Filosofighters" do blog "Filosofia em Xeque" que menciona um jogo promovido pela Superinteressante em que eles pegaram uma série de filósofos e os transformaram em lutadores de rua. Realmente Superinteressante. Confira o vídeo abaixo:


    O resultado de tudo isso é um jogo do qual os lutadores (filósofos), em disputa pela batalha das ideias, aplicam os seus golpes especiais para vencerem este duelo. Alguns exemplos bem interessantes de golpes são os de Platão: "O Mundo das Ideias" e "A Caverna". Realmente Superinteressante essa ideia.
    Um meio bem diferente e atípico de aprender filosofia!
    Clique aqui e comece a jogar.
    Bom duelo de ideias!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A cerca das tirinhas de Calvin

    Estava eu pensando sobre qual assunto poderia ser a minha próxima postagem aqui no blog e, de repente, estava eu com o site das tirinhas do Calvin aberto. Não sei porque, mas hoje eu tive vontade de ver algumas tirinhas do Calvin. Deve ser porque ontem, ao visitar alguns blogs, me deparei com a suposta última tirinha do Calvin. Então, hoje, senti essa vontade de pesquisar e saber mais sobre as tirinhas do Calvin.
    Calvin and Hobbes ou Calvin e Haroldo (como é publicado no Brasil) é uma série de tiras criada, escrita e ilustrada pelo autor norte-americano Bill Watterson e publicada em mais de 2000 jornais do mundo inteiro entre 18 de novembro de 1985 e 31 de dezembro de 1995, tendo ganho em 1986 e 1988 o Reuben Award, da Associação Nacional de Cartunistas dos EUA.
    O nome de Calvin foi inspirado no reformador religioso do século XVI, João Calvino, que discorreu, entre outros, acerca da depravação total do homem, ou seja, que o homem está naturalmente inclinado para promover o mal a seu próximo.
    Hobbes recebeu o nome de Thomas Hobbes, o filósofo inglês do século XVII que tinha aquilo que Watterson chamou de "uma visão obscura da natureza humana", sendo o autor da famosa máxima "O homem é o lobo do homem" — ou seja, cada homem é o predador de seu próximo. De acordo com Watterson, a fonte dos dois nomes é entendida como uma piada para as pessoas que estudam ciência política e filosofia, e que poucas outras pessoas a iriam perceber. A tradução de Hobbes para Haroldo no Brasil foi criticada por muitos fãs, uma vez que o nome é uma homenagem e não apenas um nome qualquer.
    Apresento agora a vocês a verdadeira última tirinha dessa série de tiras do Calvin and Hobbes. Digo "verdadeira última tirinha" porque um fã de Calvin and Hobbes criou uma suposta última tira que, apesar de bonita e comovente, não é a verdadeira. Na última verdadeira tirinha, Bill Watterson nos mostra o fim como possibilidade e recomeço, estimulando uma reflexão filosófica muito ampla a cerca do fim.
    Numa outra postagem faremos uma reflexão a cerca do fim baseada nessa última tirinha do Calvin and Hobbes.

Força Sempre.

Tiago Machado

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quinta-feira, 21 de abril de 2011

A volta da Filosofia no Ensino Médio

    "Eu tive um sonho essa noite: Romeu e Julieta de William Shakespeare".
    Essa fala da peça "R&J de Shakespeare - Juventude Interrompida" me inspira hoje a dizer: Nesta noite eu não tive um sonho. Nesta noite não era Romeu e Julieta de William Shakespeare. Na verdade, nesta noite foi tudo muito real. Nesta noite (15 de abril de 2011 às 21 horas) foi "Murro em ponta de faca" de Augusto Boal.

Elenco da peça "Murro em ponta de faca" e o diretor Paulo José

    Estreiou no dia 15 de abril de 2011 no Espaço Sesc em Copacabana no Rio de Janeiro a peça "Murro em ponta de faca" de Augusto Boal e direção de Paulo José. Com elenco maravilhoso e figurino, iluminação, sonoplastia e cenário impecáveis, "Murro em ponta de faca" relata o exílio de três casais que, durante a ditadura militar, são forçados devido às circuntâncias a deixarem sua pátria para lhes garantir a vida.
    Neste momento você deve está se perguntando: o que tem a ver a estreia da peça "Murro em ponta de faca" com o "A volta da Filosofia no Ensino Médio" (título dessa postagem)? É que tudo que volta, somente volta porque um dia se foi. E esta peça relata justamente o momento histórico que sai da grade curricular dos colégios a disciplina de filosofia. É como que se juntamente com os três casais exilados fosse exilada também a filosofia. Assim como estes três casais tiveram que sair do país pelo fato de serem uma possibilidade de voz ativa e crítica na sociedade durante o período da ditadura militar, juntamente com eles foi exilada também a filosofia justamente como esta ferramenta que possibilita incutir no cidadão a consciência crítica, reflexiva e ativa dentro de uma sociedade. Da mesma forma que não era interessante nesse período no Brasil a presença de militantes, pessoas capazes de organizar e incentivar movimentos contrários ao da ditadura, assim também não era interessante a presença nas escolas da disciplina de filosofia, visto que esta possibilitaria a formação de um "verdadeiro" cidadão. Portanto, a solução foi banir dos currículos escolares a filosofia como disciplina e substituí-la pela disciplina de educação moral e cívica e organização social e política do Brasil.
    No entanto, a ditadura acabou, os exilados voltaram, mas a filosofia não voltou junto com os exilados. O que teria ocorrido? Será que ela teria se perdido neste caminho de volta?
    É sabido que a filosofia e a sociologia fizeram parte do currículo escolar no Brasil até a década de 1970, quando a ditadura militar as excluiu da grade curricular. Em 2001, um projeto de lei complementar, proposto pelo deputado federal Padre Roque (PT-PR), tentou incluir novamente filosofia e sociologia no currículo escolar do ensino médio, mas foi vetado por Fernando Henrique Cardoso, na época presidente do Brasil. Em 2008, o deputado federal Ribamar Alves (PSB-MA) retomou a tentativa e teve sucesso. Ele é o autor da lei que inclui filosofia e sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio.
    Enfim, a Filosofia está de volta no Ensino Médio. Um grande ganho para a educação, para o homem e para o povo brasileiro. Contudo, esse período de ausência deixaram marcas que perduram até hoje.
    Numa próxima vez refletiremos sobre estas marcas profundas que o exílio da filosofia deixou em cada um de nós, sociedade e brasileiros que com dificuldade acredita.
    Agradecimento especial ao ator e diretor Abílio Ramos (integrante do elenco de "Murro em ponta de faca") pelo convite para assistir à estreia desse belíssimo espetáculo. Super indico! Tendo a oportunidade, não deixem de assistir.
    Muita merda para todo o elenco, direção e equipe e Força Sempre.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Cultura de Massa

“E meus amigos parecem ter medo
De quem fala o que sentiu
De quem pensa diferente
Nos querem todos iguais
Assim é bem mais fácil nos controlar
E mentir, mentir, mentir
E matar, matar, matar...”

    É com este trecho da música “Aloha” da Legião Urbana que início esta postagem pra falar sobre cultura de massas e a industrialização da cultura.
    A cultura de massa é o produto da indústria cultural (tvs, rádios, jornais, revistas, internet). Com seus produtos a indústria cultural pratica o reforço das normas sociais, repetidas até a exaustão sem discussão. Em consequência, uma outra função: a de promover o conformismo social.
    A cultura de massa é uma cultura que tem como objetivo fazer com que as pessoas passem a gostar das mesmas coisas. Um dos principais fatores responsável pela existência da cultura de massa é a mídia com todos os seus programas de “altíssima” qualidade desenvolvidos para entreter a grande maioria da população.

Indústria Cultural: A cultura como mercadoria.
    A indústria cultural pode ser definida como o conjunto de meios de comunicação como o cinema, o rádio, a televisão, os jornais, as revistas, a internet, que formam um sistema poderoso para gerar lucros. Por serem acessíveis às massas, exercem um tipo de manipulação e controle social.
    Adorno e Horkheimer foram dois teóricos que criaram o conceito de indústria cultural. Eles defenderam que o desenvolvimento da comunicação de massa teve um impacto fundamental sobre a natureza da cultura e da ideologia nas sociedades modernas. Adorno e Horkheimer analisam a produção industrial dos bens culturais como um movimento global de produção da cultura como mercadoria, ou seja, a mercantilização das formas culturais.
    Adorno e Horkheimer discutiram os filmes, o rádio, a TV, a música popular, as revistas e os jornais argumentando que o surgimento das indústrias de entretenimento como empresas capitalistas resultaram da padronização e na racionalização das formas culturais e esse processo atrofiou a capacidade do indivíduo de pensar e agir de uma maneira crítica e autônoma.
    Os produtos culturais são entendidos como produtos feitos para impedir a atividade mental do espectador. Portanto, são vistos como produtos alienantes. Através desse entendimento dos produtos culturais, a indústria cultural anula toda a individualidade, ou seja, ela transforma as pessoas, faz com que elas tenham a mesma ideologia deixando-as iguais.
    A principal forma cultural construída por essas indústrias é a televisão, que ensina e informa indivíduos cada vez mais cedo. Nela pode se observar diferentes temas e culturas expostas a qualquer horário e idade. Os conteúdos nela existente são capazes de alienar uma pessoa, levando-a a pensar e agir como lhe é proposto sem qualquer tipo de argumentação.
    A indústria cultural exerce sobre o humano um poder estruturante e reorganizador. A mercadoria passa a dominar tudo. As pessoas cada vez mais são modeladas de acordo com o estabelecido pela indústria cultural.



O que é a felicidade?
Será que abrir uma Coca-Cola é abrir a felicidade?
Se for, “abra a felicidade você também”.
E para concluir, cabe ainda a reflexão de mais duas músicas:
- “Geração Coca-Cola” da Legião Urbana.
- “Admirável Gado Novo” de Zé Ramalho.

Força Sempre.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida

    “O essencial é invisível aos olhos” diz a raposa ao principezinho, e é com essa citação do livro “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry que inicio essa postagem.
    Dessa vez não irei falar sobre filosofia especificamente e sim sobre teatro. Embora eu não sendo um grande entendedor da arte cênica ou algo parecido, contudo, sou um assíduo apreciador daquilo que faz tocar o invisível que há dentro de cada um de nós e é exatamente sobre isso que irei falar.
    O teatro, assim como a filosofia, tem o seu berço na Grécia antiga. Será só mera coincidência? E é em meio às procissões e aos rituais que surge o teatro. Se a filosofia encerra em si todos os saberes, como nos ensina os grandes filósofos, porque não ousar e dizer que o teatro encerra em si todas as artes?
    Essa concepção de teatro veio até a mim nesta última quarta-feira, quando chegou ao fim uma jornada de quase uma semana: conseguir assistir o “R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida”, peça teatral que me foi indicada pelo professor e diretor de teatro Abílio Ramos.
    No filme “A Sociedade dos Poetas Mortos”, quando os alunos se reuniam na gruta para lerem poesias, deuses eram criados. E em “R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida”, quando quatro talentosos rapazes se reúnem no palco para lerem o célebre texto de Romeu e Julieta de William Shakespeare, é encenado diante de nossos olhos atentos e admirados uma das mais emocionantes e comoventes histórias de amor.
   
"Eu tive um sonho essa noite: Romeu e Julieta de William Shakespeare"

    “R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida” é a prova de que o teatro encerra em si todas as artes, pois num misto de poesia, leitura, música, expressão, cenário e interpretação, a mágica do teatro acontece diante de nós, platéia desejosa por ver a magia acontecer, onde homens, atores, personagens, emoções e sentimentos se fazem unidade para levar cada um de nós para dentro dessa história de amor e para também fazer ser tocado esse invisível essencial que há dentro de cada um de nós: o amor.
    A magia do teatro acontece quando a harmonia é perfeita, a entrega é total e o desprendimento é real. A magia acontece quando se pode acreditar realmente naquilo que está diante de nossos olhos. E o mais impressionante de tudo isso é que é na nossa frente que tudo isso acontece.
    “R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida” conta com um elenco muito talentoso. Tendo como ponto de partida uma escola tradicional, os atores Pablo Sanábio, Rodrigo Pandolfo, João Gabriel Vasconecellos e Felipe Lima se revezam na leitura de Romeu e Julieta de William Shakespeare e voilá, começa a transformação bem diante de nossos olhos. Os atores deixam de existir para dar lugar às personagens. Utilizando-se somente de utensílios de escola e sem troca de figurino, estes quatro talentosos atores nos fazem acreditar que uma régua de madeira é uma espada, que um transferidor e um esquadro são máscaras de um baile de máscara, que o casaco do uniforme da escola amarrado na cintura é uma saia, que as folhas de papel ofício branco no chão são as paredes de um quarto e que um desenho feito por um giz no palco é uma igreja. Mas, se você pensa que isso é o mais impressionante, você está enganado, pois isso não é tudo, o mais bonito e belo e que realmente muito nos emociona é ver, de verdade, Romeu e Julieta bem na nossa frente. Em “R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida” não há espaço para preconceitos e reservas para se jogar na personagem, e, para provar isso, João Gabriel Vasconcellos no papel de Romeu não se intimida em dar verdadeiros beijos em sua amada Julieta, papel interpretado por Rodrigo Pandolfo. Outro papel de grande destaque é o de Pablo Sanábio que parece se divertir ao interpretar a ama de Julieta, é bonito de se ver a rapidez com que ele troca de personagem bem na nossa frente e, num piscar de olhos, Pablo se transforma num padre. Felipe Lima, com grande desenvoltura, assume também muito bem às personagens que a ele compete encenar. E repito e não me canso de dizer: tudo isso acontece diante de nossos olhos, bem na nossa frente. E isso é o mais gostoso de ver.
    Com direção de João Fonseca e texto de Joe Calarco, “R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida” é uma releitura contemporânea de Romeu e Julieta e que é encenada por quatro rapazes. “R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida” é uma peça gostosa de assistir. Durante o espetáculo você vivencia todo o drama vivido por esse famoso e apaixonante casal e, mesmo já sabido, é comovente assistir o final dessa trama. Não é difícil os olhos se encherem de lágrimas e se derramar ao ver a morte de Romeu e Julieta.
    Aplaudido de pé e por longos minutos, “R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida” é uma ótima peça para se assistir. Recomendado por mim e por renomados críticos de teatro, vocês não podem deixar de assistir.
    Agradecimento especial ao ator Pablo Sanábio (integrante do elenco) pela atenção e pelo convite para assistir ao espetáculo. Agradeço também aos amigos e atores Patrick Orrani e Nina Malm pela companhia e por ter trilhado comigo essa jornada para assistir ao espetáculo e, por fim, ao meu diretor e professor de teatro Abílio Ramos pela indicação da peça.
    Muita Merda e Força Sempre.
Tiago Machado