quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Filmes filosóficos

    Dentro do mercado cinematográfico existe uma gama muito grande de filmes de cunho filosófico – filmes que trazem de forma marcante em seu roteiro questões filosóficas. Muitos autores de livros destinados ao ensino da filosofia já perceberam o quanto que esses filmes podem contribuir para a reflexão filosófica. Tanto que grande parte desses autores já trazem em seus livros sugestões de filmes que abordam questões filosóficas.
    Para o professor, a utilização desses filmes é um caminho para dinamizar a aula e um meio de exemplificar a temática abordada.
    A filósofa Marilena Chauí, em seu livro Convite a Filosofia, nos propõe, logo nos capítulos iniciais, uma análise dos fatores filosóficos contidos no filme Matrix. Além desse, muitos outros filmes trazem também essa possibilidade de abordagem filosófica.
   Elencaremos então alguns desses filmes, juntamente com uma sinopse do mesmo.

A Vida de David Gale


    David Gale é um brilhante professor universitário de filosofia e ativista contra a pena de morte. Após o assassinato de sua amiga e colega de trabalho, Constance, Gale é acusado pelo crime e condenado à pena de morte. Às vésperas de sua morte, David pede a presença da repórter Bitsey Bloom para que ele lhe conceda uma entrevista exclusiva, onde finalmente contaria toda a verdade sobre o caso.
    Quanto mais Bitsey ouve a história de David, mais ela fica estarrecida. Porém, faltam apenas quatro dias para a execução do prisioneiro, e talvez a jornalista não tenha tempo de fazer nada para inocentá-lo.

A Sociedade dos Poetas Mortos


    A Sociedade dos Poetas Mortos é um filme estadunidense de 1989, do gênero drama, dirigido por Peter Weir.
    Conta a história de um professor de poesia nada ortodoxo, de nome John Keating, em uma escola preparatória para jovens, a Academia Welton, na qual predominavam valores tradicionais e conservadores. Esses valores traduziam-se em quatro grandes pilares: tradição, honra, disciplina e excelência.
    Com o seu talento e sabedoria, Keating inspira os seus alunos a perseguir as suas paixões individuais e tornar as suas vidas extraordinárias.
    O filme mostra também que em certa altura da vida, as pessoas, em especial os jovens, deveriam opor-se, contestar, gritar e sobretudo ser "livres pensadores", e não deixar que ninguém condicione a sua maneira de pensar, mas também ensina esses mesmos jovens a usarem o bom-senso.
    Repleta de citações de grandes nomes da literatura de língua inglesa, como Henry David Thoreau, Walt Whitman e Byron, e de belas imagens metafóricas, Sociedade dos Poetas Mortos deixa uma profunda mensagem de vida sintetizada na expressão latina Carpe diem ("aproveite o dia"), cujo sentido é: aproveite, goze a vida, ela dura pouco, é muito breve. Uma das fontes originais do roteiro é certamente O Despertar da Primavera de Frank Wedekind, que enfoca jovens vivendo numa escola alemã no final do século XIX.
    No entanto, ainda que tentando seguir a máxima latina de Carpe Diem, uma tragédia acaba por se abater sobre todos eles. Metaforicamente, um dos personagens principais, Neil Perry, é constantemente impedido de fazer o que deseja da sua vida (representar numa peça de teatro ou escrever num jornal, por exemplo) devido aos projetos que o seu pai tem para ele.

O Show de Truman – O Show da Vida





















    O Show de Truman, O Show da Vida é um filme de drama dos Estados Unidos, dirigido por Peter Weir.
    Truman Burbank (Jim Carrey) é um homem comum da cidade de Seahaven, que vive com sua esposa Meryl (Laura Linney) numa casa no subúrbio, e ganha a vida vendendo seguros. Possui uma mãe ainda viva (seu pai havia morrido numa tempestade), amigos (com destaque para Marlon, interpretado por Noah Emmerich) e uma vida aparentemente normal.
    Truman entretanto não sabe que toda a sua vida se trata de um reality show criado e comandado por Christof (Ed Harris), produzido em um gigantesco estúdio que até pode ser visto do Espaço. Mas Truman começa a desconfiar de que existe algo estranho quando este dirige seu carro, e seu rádio sintoniza uma frequência que narra exatamente o que ele faz no momento; ou quando Truman vai entrar no elevador, mas observa um fundo de cenário com pessoas ao invés do elevador que deveria estar lá. Truman (que sempre quis viajar pelo mundo) começa a perceber que realmente existe algo errado quando tenta viajar de ônibus, mas este enguiça antes de sair do lugar, e quando Truman sai com seu carro e tenta viajar pelas estradas, mas se depara com um estranho vazamento da usina nuclear da cidade, que o obriga a voltar para casa à força. Em casa Truman quase agride Meryl, que grita "Façam alguma coisa!", e Truman não entende pra quem ela teria gritado. A partir daí as coisas começam a se esclarecer para ele.
    Paralelamente, do lado de fora do show, Sylvia (Natascha McElhone), que fora uma coadjuvante do show a anos e por quem Truman havia se apaixonado, luta para que ele descubra toda a verdade. Sylvia (que se chamava Lauren no programa) havia tentado contar a Truman toda a verdade sobre sua vida, mas foi retirada do show sem conseguir. E atualmente ela luta contra Christof pelo cancelamento do programa, para que Truman perceba todas as mentiras e verdades que rodeiam seu mundo.

O Mundo de Sofia




















   
    O Mundo de Sofia (Sofies verden em norueguês) é um romance escrito por Jostein Gaarder, publicado em 1991. O livro foi escrito originalmente em norueguês, mas já foi traduzido para mais de 50 línguas, teve sua primeira edição em português em 1995, que atualmente se encontra em sua 70ª reimpressão. Somente na Alemanha foram vendidos 3 milhões de cópias.
    O livro funciona tanto como romance, como um guia básico de filosofia. Também tem temas conservacionistas e a favor da ONU. Em 1999, foi adaptada para um filme norueguês; entretanto, não foi largamente publicado fora da Noruega. Esse filme também foi apresentado como uma minissérie na Austrália, se não em outros lugares. Recentemente, em 2008 essa versão cinematográfica do livro foi lançado no Brasil oficialmente em DVD.
    Às vésperas de seu aniversário de quinze anos, Sofia Amundsen começa a receber bilhetes e cartões postais bastante estranhos. Os bilhetes são anônimos e perguntam a Sofia quem é ela e de onde vem o mundo em que vivemos. Os postais foram mandados do Líbano, por um major desconhecido, para uma tal de Hilde Knag, jovem que Sofia igualmente desconhece.
    O mistério dos bilhetes e dos postais é o ponto de partida deste fascinante romance, que vem conquistando milhões de leitores em todos os países em que foi lançado. De capítulo em capítulo, de "lição" em "lição", o leitor é convidado a trilhar toda a história da filosofia ocidental - dos pré-socráticos aos pós-modernos -, ao mesmo tempo em que se vê envolvido por um intrigante thriller que toma um rumo surpreendente.

Matrix





















    Matrix é uma produção cinematográfica norte-americana e australiana de 1999, dos gêneros ação e ficção científica, dirigido pelos irmãos Wachowski e protagonizado por Keanu Reeves e Laurence Fishburne.
    Matrix foi escrito como uma trilogia (Matrix, Matrix Reloaded, Matrix Revolutions), ambos os filmes viraram sucesso de bilheteria. Os fãs do estilo cyberpunk consideram a trilogia inteira uma obra prima. Matrix é uma obra de arte multimídia, a história inteira do universo Matrix está presente nos 3 filmes, em 9 desenhos animados, chamados Animatrix (o primeiro desenho conta uma história que se passa entre o primeiro e o segundo filme da trilogia), em histórias em quadrinhos (lançadas apenas nos Estados Unidos) e no jogo Enter the Matrix (que completa a história do filme Matrix Reloaded).
    Dentro da saga, Neo (o protagonista do filme) atinge o status de Escolhido, no sentido messiânico da palavra, ao ressuscitar e conseguir, dentro da própria Matrix, controlar o programa e derrotar os mecanismos antivírus, personalizados por agentes vestidos de terno e óculos escuros. Do ponto de vista do programa, os humanos livres e/ou pensantes são os vírus do planeta Terra.
    O filme é notório por suas inovações em efeitos especiais e na ação terem acabado por criar diversos clichês no cinema, como as imagens de projéteis se deslocando dentre ondas em câmera lenta. Mas seu verdadeiro valor é filosófico, ao explorar o tema da realidade confrontada à ilusão do cotidiano.
    O filme é repleto de mensagens sutis, dentre as quais a de que a máquina jamais controlará o homem, pois seu "comportamento" é baseado em programas e programas podem ser entendidos pela complexa mente humana que transcende a simples racionalidade da lógica ao constituir o ser integralmente. Por isso as mensagens do Oráculo, uma senhora que cozinha biscoitos, são aparentemente equivocadas e ilógicas, mas ao final condizem com a realidade.

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